quarta-feira, 24 de outubro de 2007

um texto para a foto novela

Já havia algum tempo que, Marta, se encontrava à sucapa com João.
Aquele pesadelo, começava a torturar-me. A obecessão de perder Marta, não me largava. Dia e noite, aquela imagem, perseguia-me o tempo todo.
Não conseguia concentrar-me nas tarefas diárias, dormir era uma miragem, por isso, telefonei ao Tiago, amigo dos bancos de escola, dos jogos de rua e de libertinagens noturnas.
Tiago seria a pessoa ideal, para me acompanhar. Era alto, encorpado. Na sua presença, ninguém ousava desafiar-me para algum desacato.
A minha decisão estava tomada. Teria que liquidar João, com a mesma frieza, o mesmo à vontade com que ousou desviar a razão do meu viver, Marta.
O encontro foi combinado no adro da Igreja, em Cuenca, povoação Espanhola, onde costumávamos passar temporadas.
Era muito frequente convidar João para a conversa, em praças vazias.
Deleitávamo-nos a renovar as praças. Ora trocávamos as estátuas, ora colocávamos as pessoas sentadas em bancos. Aqui, colocávamos lojas, além casas com flores. Toda a praça andava num reboliço.
Á hora marcada lá estávamos nós: eu, João e Tiago.
Não estive com rodeios. Afinal eu queria mesmo acabar com o João.
Enquanto puxava da arma e o ameaçava com toda a violência verbal, tal qual um animal ferido, ouvem-se passos. Era Marta, que, imbuída de um sexto sentido, veio ao nosso encontro. Pouco a pouco, aproximou-se, segura que a arma nunca a atingiria e encostou-se de mansinho ao meu corpo gelado. Ali , permanecemos algum tempo, no mais profundo silêncio, na mais profunda união.
Por momentos, recuei 10 anos. Ali estava eu, para o meu primeiro encontro, naquele preciso lugar.

Georgina Machado

1 comentário:

Unknown disse...

Diez años que ha pasado veloces, parece que fue ayer, parece que no ha pasado el tiempo.