domingo, 31 de maio de 2009

respondo a um suspiro

Ando a preparar um catálogo de sonhos. Afinal os momentos dispersam-se nas particularidades das memórias. Suspendem-se em fios finos, numas formas que ladeiam a existência. Em que instante se instala no íntimo a seriedade do adulto. Continuo a deixar o fluxo do infantil prevalecer na minha respiração de vida. A brisa nocturna é um parente próximo.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sobrevoo a intimidade do meu corpo

Quando durmo, embalo formas em silêncios premeditados. Registo os primeiros actos na sensibilidade da minha pele. Afinal não tenho saudade dos sonhos. Sair de viagem permite estender o pensamento e sustentar vontades existenciais.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

hoje o sol revela imagens intemporais

Assisto à chegada das aves migratórias e revejo nelas o meu sentido de liberdade. Quando me despeço envolvo-me em melancolia. Filmo mistérios nuns intervalos de tempo ajustados à sensação de transparência. Desenho finas linhas na neblina que se forma nas tardes mais curtas.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

brinco em margem própria de um rio manso

Gostaria de escrever as minhas memorias com calor humano, depositar em folhas soltas distintos filamentos de uma solitária presença. Como ainda viajo numa classe a definir, deixo para decidir as águas em que me irei banhar.

impressão fotográfica; 2006

segunda-feira, 18 de maio de 2009

vento de primavera é subtil

Há na chuva um misto de melodia e intemporalidade, permite suspender. Ainda possuo pensamentos analógicos que me consentem sensações sinceras. O que realmente percorro entusiasmado pela forma plena, um dado sentido de voo ao alcance da misteriosa liberdade.

domingo, 17 de maio de 2009


Impressão fotográfica; 2006

devo oferecer pétalas de sonos profundos

O que poderia implicar viver de uma mesma vontade. Continuo indeciso quanto à margem do rio preferida. Não me sobram medos. Os sítios que ainda tenho para visitar aguardam-me indefinidamente. Posso dar um sentido ao tempo, despedindo-me dele em formato de memória.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

colecciono espelhos de água.

De que sabedoria me poderia servir, para revelar formas ocultas alojadas no meu coração. Largo umas folhas de aspecto sincero, nas águas do rio que me percorre. Espero resposta da primeira pergunta que fiz, ainda a infância se instalava serenamente. Por principio levo comigo a música da minha silhueta.

terça-feira, 12 de maio de 2009

ainda posso abrir o sonho

As mais limpas formas lembram-nos umas suaves sensações de nostalgia. Podemos oferecer a nossa presença ao íntimo dos que a desejam, pedindo uma voz com minuciosas palavras de uns contos desacostumados. Ainda dependo das gotas de orvalho que me demonstram a simples frescura matinal.

sexta-feira, 8 de maio de 2009


impressão fotográfica; 100x 70 cm; 2006

o desejo esconde-se atrás da vontade

Possuo um mini curso de magia que tem permitido iludir a minha vontade própria. Enviei em tempo oportuno um pequeno grito em envelope timbrado. Nele estava contido um simples ponto de vista, do que viria a ser o meu primeiro gesto. Hoje recuperei uma nuvem e passei a sonhar alto.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

vai ser tão simples limpar o meu eu

Qualquer hora será tardia para dobrar papeis em formatos desconhecidos. Fico esquecido num qualquer momento, enquanto adormeço a ouvir a verdade da respiração. Ainda estou em viagem e o regresso está previsto para a tarde de um qualquer inverno, onde me depositarei envolvido em memórias. Conservo o vento da minha infância.

terça-feira, 5 de maio de 2009

o mar ilude-me

Queria permanecer num espaço branco e lançar-me sobre ele como forma livre. Em que sentido se estende uma paisagem. O que está presente na superfície dos meus sonhos é uma pele fina, de suavidade majestosa. Não tenho braços para abraçar a brisa. Peço para me gravarem linhas soltas no meu íntimo.