E aquele fim
de tarde mostrou-se tão simples, como se na resposta do teu crepúsculo
estivesse apenas o corpo de mais um dia. Não se sujeita o âmago às destituições
de histórias aprisionadas nas subtilezas alheias.
Mas aquele
fim de tarde foi o imenso desvio da roupagem do medo que presidiu à orientação
da beleza. Uma tal voz que preencheu o dia, que o devorou em sussurros tímidos,
em aparentes ondulações que se permitiram apreender-me.
E eu, afinal
qual era então o meu pedido, qual o dever respirar, que me incitava à
indiferença.
Apenas as
duas ruas que te levam ao filme do devaneio, servirão a primária vontade, como
no mais quimérico do desejo.
Partimos em
formato sombra, deixamos aquele fim de tarde alheando-nos da resposta,
ignorando a presença dos que por ali ainda se vinham prostrar. Ainda lhe
admitem o mito, hoje mesmo, nesta noite o corpo será afagado três vezes e negará
aquele fim de tarde.
2 comentários:
E pelo silêncio das palavras se prolonga o devaneio da alma...envolto nos movimentos do corpo.Silêncio sombrio no caminho trilhado pelo sussurro do desejo.
Interessante. Psicologicamente, intenso.
Sandra Mª Ferreira
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