quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

pela ausência do sol


E aquele fim de tarde mostrou-se tão simples, como se na resposta do teu crepúsculo estivesse apenas o corpo de mais um dia. Não se sujeita o âmago às destituições de histórias aprisionadas nas subtilezas alheias.
Mas aquele fim de tarde foi o imenso desvio da roupagem do medo que presidiu à orientação da beleza. Uma tal voz que preencheu o dia, que o devorou em sussurros tímidos, em aparentes ondulações que se permitiram apreender-me.
E eu, afinal qual era então o meu pedido, qual o dever respirar, que me incitava à indiferença.
Apenas as duas ruas que te levam ao filme do devaneio, servirão a primária vontade, como no mais quimérico do desejo.
Partimos em formato sombra, deixamos aquele fim de tarde alheando-nos da resposta, ignorando a presença dos que por ali ainda se vinham prostrar. Ainda lhe admitem o mito, hoje mesmo, nesta noite o corpo será afagado três vezes e negará aquele fim de tarde.  

2 comentários:

Anónimo disse...

E pelo silêncio das palavras se prolonga o devaneio da alma...envolto nos movimentos do corpo.Silêncio sombrio no caminho trilhado pelo sussurro do desejo.

Anónimo disse...

Interessante. Psicologicamente, intenso.

Sandra Mª Ferreira