sábado, 31 de outubro de 2009



desenho; óleo e grafite s/papel; 2009; 100x70 cm

terça-feira, 27 de outubro de 2009

há nas tardes rebentos de solidão

Seria tão simples ter-me diluído sem limites. O agasalho que desejo é de uma densa penumbra. Agora vejo a paisagem acender-se sem limites, ao mesmo tempo que me desvio para um denso nevoeiro. Soletro risos de solidão e respondo ao propósito de possuir nome próprio. Parece-me sempre cedo para que a noite se afirme e com ela os silêncios guardados. Presto-me ao simples esboço de uma presença, para que o âmago se confunda com a sombra.

desenho; 2009; óleo e grafite s/papel; 70x90 cm

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

fico a ouvir a respiração profunda

Em cada palavra há um recanto de nostalgia. Gostaria de sombrear as formas do meu olhar. Há em mim surpresas matinais que se diluem em deslocações ancestrais. Obrigo-me ao envolvimento com a neblina e descubro a realidade num desvendar do dia. Hoje agarrei o sorriso matinal e fiz dele vontade própria. Parece-me sempre tão deselegante pensar que o mundo que me rodeia é assim. Obrigo-me a dançar ao som da maresia.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

registo passagens de libélulas

De frente para o rio desvendo palavras que se diluem na corrente. Os meus propósitos são finas linhas estendidas em papeis soltos. Há no vento uma certeza de ousadia, se me levasse queria pertencer ao lugar do desejo. Parece que nos dias de chuva a luz nos devolve sentimentos e até mesmo nostalgias. Devolvo a minha companhia às manhãs de Outono e encontro-me com a melancolia.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

por entre as minhas horas

De tanto subir ao meu limite, sinto-me indiferente. Parece que o Outono se lembra de mim por simples burburinhos. As reservas de sinónimos que me permitem sonhar, estão limitadas aos dias de ócio que detenho em folhas soltas.
Na minha pele resumem-se os meus romances, no meu íntimo vivo o meu poema.

terça-feira, 15 de setembro de 2009



desenho, fotocópia e tinta-da-china s/papel;2005;29,7x21 cm

parece-me que nunca ouvi, está-me no íntimo

Sim, sentia um movimento tão lento que me lembrava a leveza do meu sonho. Escondi o desenho da minha figura, dei-lhe novo sentido, afinal no seu todo revelava suspeitas de sensibilidade. Se de cada leitura que me despeço permitisse lágrimas, desviaria o leito dos meus rios. Espero em límpida tarde o que a infância me prometeu, pediu-me somente que a recordasse.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009



uma exposição a não perder dia 18 às 21:30h

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

há grutas que escondem a vontade

Não me lembro de ter tido luminosidade suficiente. Adquiri um conto de fadas que por agora estou a passar a limpo, para nele me poder rever. Das únicas vezes que escrevi amor, desviei-me do meu sentido primário. Parece-me que o sol só se tornará verdadeiramente luminoso, quando a noite não nos fizer sentir absorvidos. À lua unicamente podemos entregar um significado e deixa-la suspensa em forma de companhia.