sexta-feira, 28 de maio de 2010
Devo prever o regresso da infância
Passei por registos de frias horas e suspeitei da denúncia abrigada na respiração. Que ternura poderia servir a viagem dos sentidos partilhados. Ao abraço do louco retiro-lhe a feição e guardo-o na margem do meu corpo. Porque se despem os dias em insinuações e soletramos presenças induzidos em desassossego. No átrio do meu âmago há um certo silêncio que se guarda, pertence-te.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
terça-feira, 18 de maio de 2010
corro dentro das sombras
Se nas medidas do teu sonho se delinear a forma do meu desígnio, soletra-me e sobrevoarei a tua plenitude. Os dias despedem-se sem os termos visitado e as alvoradas integram-nos nas suas melancolias. Fui a verdade que se esbateu na forma da infância e permaneço na respiração do deslumbramento. Posso pedir brisas e até mesmo neblinas soltas, serei sempre o segredo da minha vontade.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
fui ao recreio da infância
Delicio-me a estender luz no corpo, enganando as sombras nos recortes das formas. Às vezes diluo-me num lago que pertence a uma fantasia perpétua. Se o mar me visitar devolvo-lhe o meu vulto e respirarei as brumas em marés altas. Não tenho memória das horas do meu propósito e refugio-me num leito alheio à minha exiguidade. Enviem-me as minhas feições para lhes sobrevoar a existência, quero-lhes o âmago.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
segunda-feira, 3 de maio de 2010
posso despir o domingo deixando-lhe a tarde
Estou entre mim e a sombra da solidão. Tenho à minha porta destinos de púrpura e ouro. Abstenho-me de lançar significados no teu corpo e substituo o termo ausência por amanhecer. Os espelhos de água reflectem os meus sentimentos mais inocentes e ao cimo dos dias soltam-se em ondulações de esvanecer. Devo escrever coração para lá do crepúsculo e afagar o sono de uma vida.
sábado, 1 de maio de 2010
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