sábado, 31 de outubro de 2009
terça-feira, 27 de outubro de 2009
há nas tardes rebentos de solidão
Seria tão simples ter-me diluído sem limites. O agasalho que desejo é de uma densa penumbra. Agora vejo a paisagem acender-se sem limites, ao mesmo tempo que me desvio para um denso nevoeiro. Soletro risos de solidão e respondo ao propósito de possuir nome próprio. Parece-me sempre cedo para que a noite se afirme e com ela os silêncios guardados. Presto-me ao simples esboço de uma presença, para que o âmago se confunda com a sombra.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
fico a ouvir a respiração profunda
Em cada palavra há um recanto de nostalgia. Gostaria de sombrear as formas do meu olhar. Há em mim surpresas matinais que se diluem em deslocações ancestrais. Obrigo-me ao envolvimento com a neblina e descubro a realidade num desvendar do dia. Hoje agarrei o sorriso matinal e fiz dele vontade própria. Parece-me sempre tão deselegante pensar que o mundo que me rodeia é assim. Obrigo-me a dançar ao som da maresia.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
registo passagens de libélulas
De frente para o rio desvendo palavras que se diluem na corrente. Os meus propósitos são finas linhas estendidas em papeis soltos. Há no vento uma certeza de ousadia, se me levasse queria pertencer ao lugar do desejo. Parece que nos dias de chuva a luz nos devolve sentimentos e até mesmo nostalgias. Devolvo a minha companhia às manhãs de Outono e encontro-me com a melancolia.
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