domingo, 27 de dezembro de 2009

que sonho o que se espelha na água

Uma das noites em que me revi em linhas soltas, despi-me de sombras. Parece tão limpa a luz da lua e o seus reflexos premeditados. Desço a rua e despeço-me das principais palavras que soletro com suavidade.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

de que figura se faz uma verdade

Sou aquilo que não possuo. Reformulo constantemente a primeira forma, como se dela quisesse construir o todo. Lembro dias inexistentes como parte do meu passado. Assemelho-me às melodias de uma tradição retida no horizonte. Ainda vejo o cimo da minha vontade e dele tenho uma imagem poética. Por hoje asseguro a bruma de um sonho.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

faria o tempo estender-se em paisagem plena

Como se devolvem as marés ao respeito da sua forma e se permitem tardes de melancolia. Ao meu hino facultei murmúrios de leve aparência. Estão tão simplesmente despidas as palavras da minha vontade. Consta que ainda se consente o desejo de atravessar a memória em livre voo. Da minha voz apenas a intenção se revela verdadeira.

para que se revelam imagens?

de repente as sombras são primárias revelações e obrigam à permanência da vontade. Quando o frio se instalar servirei vinho quente e responderei aos meus estímulos.