sexta-feira, 26 de outubro de 2007

valter hugo mãe é prémio literatura José Saramago


o remorso de baltazar serapiãoQuidnovi, Matosinhos / Lisboa, 2006
Numa Idade Média brutal e miserável, Baltazar casa com a mulher dos seus sonhos e, tal como o pai fizera antes com a mãe e com a vaca Sarga, fêmeas irmanadas em condição e estatuto familiar, leva muito a sério a administração da sua educação. Mas o senhor feudal, pondo os olhos sobre a jovem esposa, não desiste de exercer sobre ela os seus direitos. Entregue aos desmandos do poder e do destino, Baltazar será forçado a seguir por caminhos que o levarão ao encontro da bruxaria, da possessão e do remorso.Com um notável trabalho de linguagem que recria poeticamente a língua arcaica e rude do povo, o remorso de baltazar serapião, de valter hugo mãe — autor, entre outros, de o nosso reino, seleccionado pelo Diário de Notícias como um dos melhores romances portugueses de 2004 — é uma tenebrosa metáfora da violência doméstica e do poder sinistro do amor.
(texto na contracapa do livro)

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

texto para fotonovela

STILL.

Aproximei-me.
Eles já tinham dado mim. Estavam à minha espera.
Mr.R, Mr.G e Mr.B.
Pareciam algo inquietos, expectantes.
- Vamos!? -sussurou Mr.R.
Mr.G permaneceu imóvel. Sabia que não era sua a decisão. Sabia que tinha que esperar. Esperar pela Grande Ordem.
- Ainda não é o momento.
A dois pixels de distância, Mr.B sentiu um perfume agridoce no ar. Não, não era um perfume. Era um som grave e monocórdico.
Repetitivo.
- Ei Mr.B, isto será Casablanca?
- Peut être... é difícil ter a certeza quando o tempo não existe.
Mr.G olha-me novamente, como se fosse minha a decisão.
E de facto era.


REWIND.
PLAY.
STILL.


B e R eram os seus melhores amigos. Juntos eram capazes de tudo, juntos complementavam-se.
E era por isso que desta vez não se queriam meter no assunto.
"- Is that a gun in your pocket, or are you just happy to see me?"
"- Frankly, my dear, I don't give a damn."


FAST FORWARD
PLAY
SLOW


Quando o tempo não existe, o espaço ocupa outros lugares.
Durante as longas horas de um verão cheio de dias de ócio, no tempo em que somos como uma grande esponja ansiosa por absorver tudo, cheguei tão perto dela que a electricidade estática me mandou parar.
- Sai da frente da televisão! Dás cabo dos olhos!
Mas eu não saí.


STOP.

Joaquim Fontes
18 de Outubro de 2007

um texto para a foto novela

Já havia algum tempo que, Marta, se encontrava à sucapa com João.
Aquele pesadelo, começava a torturar-me. A obecessão de perder Marta, não me largava. Dia e noite, aquela imagem, perseguia-me o tempo todo.
Não conseguia concentrar-me nas tarefas diárias, dormir era uma miragem, por isso, telefonei ao Tiago, amigo dos bancos de escola, dos jogos de rua e de libertinagens noturnas.
Tiago seria a pessoa ideal, para me acompanhar. Era alto, encorpado. Na sua presença, ninguém ousava desafiar-me para algum desacato.
A minha decisão estava tomada. Teria que liquidar João, com a mesma frieza, o mesmo à vontade com que ousou desviar a razão do meu viver, Marta.
O encontro foi combinado no adro da Igreja, em Cuenca, povoação Espanhola, onde costumávamos passar temporadas.
Era muito frequente convidar João para a conversa, em praças vazias.
Deleitávamo-nos a renovar as praças. Ora trocávamos as estátuas, ora colocávamos as pessoas sentadas em bancos. Aqui, colocávamos lojas, além casas com flores. Toda a praça andava num reboliço.
Á hora marcada lá estávamos nós: eu, João e Tiago.
Não estive com rodeios. Afinal eu queria mesmo acabar com o João.
Enquanto puxava da arma e o ameaçava com toda a violência verbal, tal qual um animal ferido, ouvem-se passos. Era Marta, que, imbuída de um sexto sentido, veio ao nosso encontro. Pouco a pouco, aproximou-se, segura que a arma nunca a atingiria e encostou-se de mansinho ao meu corpo gelado. Ali , permanecemos algum tempo, no mais profundo silêncio, na mais profunda união.
Por momentos, recuei 10 anos. Ali estava eu, para o meu primeiro encontro, naquele preciso lugar.

Georgina Machado

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O grande concurso

Não percam, o grande concurso na CASADEOSSO, lá encontram as regras.

fotonovela (já lá vai um tempo)



















fotos realizadas por Francis Vergalle (amigo Belga)
colaboração de:Jeni Ramos, Rui Oliveira, Rui Bastos, Joaquim Fontes, Rui Dourado.
Foi numa praça de Cuenca em Espanha.
Fica o desafio para escreverem uma narrativa para estas imagens.






segunda-feira, 8 de outubro de 2007

imtemporal ou temporal....

Designam-se por autores que se preocupam por uma descoberta próxima do "brilhante". Asseguram-se que o tempo lhes dê uma instantânea oportunidade de exposição. Preenchem requisitos capazes de exaltarem o simbolismo do inoportuno ou a capacidade de se moldarem aos mais inesperados acontecimentos, como se aquele fosse o ultimo acto, em que o “Herói” possuído pelo seu momento de glória, destrói o ser do Mal.
Acredita-se, que o espaço lhes é apresentado como uma ampla plataforma que flutua num oceano, sem que se entendam bem as coordenadas que irão permitir ancorar em bom porto.
Por agora haja vontade e força de iniciativa, que logo virá tempo de inércia e apatia.

às páginas tantas...